quinta-feira, 23 de julho de 2015

O crescimento do cinema no Brasil em 2009 no contexto da pirataria

A reportagem abaixo que pode ser encontrada aqui fala sobre as estatísticas do cinema no Brasil durante o ano de 2009. É interessante ver que a ideia disseminada pela indústria cultural, de que as pessoas estão deixando de ir ao cinemas por causa da pirataria dos filmes, não se sustenta quando colocamos isso em números. O sucesso do filme Tropa de Elite em 2007, pirateado antes de chegar às telas do cinema, já mostrou o quanto a pirataria funciona como publicidade. E esse aumento no número de expectadores prova que o cinema não anda mal das pernas como demonstra. As arrecadações continuam mili/bilionárias , vide o caso de Avatar que em 17 dias conseguiu arrecadar 1 bilhão de dólares. Com esses indícios fica difícil acreditar nessa choradeira de que a pirataria está destruindo o cinema. Ainda mais sabendo que este discurso não é novo, que desde o surgimento do gravador de fitas cassetes que a indústria protagoniza esse papel de vítima das novas tecnologias. Não é a toa que o símbolo adotado pelos famosos The Pirate Bay e Piratbyrån foi o da campanha anti-pirata dos anos 80, o discurso da indústria é recorrente:
Símbolo da campanha anti-pirata dos anos 80
Símbolo utilizado pelo Pirate Bay e Piratbyrån
Segue abaixo a reportagem que instigou este post:
“O balanço financeiro das salas de cinema terminou 2009 no azul – tanto o público que frequenta cinema aumentou como, melhor notícia, cresceu o número de pessoas que assistiram a algum filme nacional. E, como acontece em todo o planeta, os longas em 3D ajudaram a fomentar o balanço.
 
 
Segundo dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, mais de 112 milhões de pessoas (112.047.000) foram aos cinemas em todo o Brasil em 2009, representando um aumento de mais de 25% em relação a 2008. “O resultado superou inclusive as nossas expectativas”, comentou Jorge Peregrino, presidente da entidade. “Tivemos um crescimento de mais de 25% no público geral e de 32,7% em resultado de bilheteria em relação a 2008, ficando em R$ 966 milhões. O cinema nacional cresceu 81,4%, comprovando o que já vínhamos afirmando: quando o cinema nacional cresce, o mercado cresce junto.”
De fato, impulsionado pelo sucesso de “Se Eu Fosse Você 2″, de Daniel Filho, que atraiu 6,93 milhões de pessoas (bilheteria de R$ 50,5 milhões), os filmes brasileiros tiveram um público de 15.994.000 contra 8.821.000 em todo ano de 2008, um aumento de cerca de 81,3%. Quanto à bilheteria, os filmes nacionais foram responsáveis por 14,3% da renda bruta com R$ 131,7 milhões. Em relação aos estrangeiros, 96,05 milhões de espectadores prestigiaram os lançamentos de 2009, promovendo uma renda bruta de R$ 834,3 milhões.
Já no aumento do número de salas, houve um crescimento reduzido, de 2%, mas é significativo o impulso promovido pelas salas equipadas para projeção digital em 3D – o ano começou com 23 espaços e terminou com 96. Já na primeira semana de janeiro, outras cinco salas 3D foram equipadas, somando 101. Os filmes 3D têm mostrado força e representaram 8% da bilheteria total e 5,5% do público, encerrando o ano com bilheteria de R$ 79 milhões. Já os espaços Imax dobraram: apenas São Paulo tinha uma, no Shopping Bourbon, e agora também Curitiba dispõe da sua. Em termos gerais, hoje o Brasil tem um total de 2.376 salas.
Outro crescimento apontado pelo balanço não agrada tanto ao frequentador: preço do ingresso. Segundo o levantamento, o preço médio do bilhete em 2007 era de R$ 7,98, passando para R$ 8,12 em 2008 e chegando a R$ 8,62 no ano passado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.”

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